[ arqueologia ]
Investigadores descobrem segredos da farmacologia clássica
Arqueobotânicos do Instituto Smithsonian recolheram amostras de tabletes encontradas num navio com mais de 2000 anos
Na Antiguidade Clássica utilizava-se uma grande diversidade de plantas medicinais mediterrânicas
Alguns dos segredos da farmacologia da Antiguidade Clássica estão agora a ser revelados por uma equipa de investigadores do Instituto Smithsonian (EUA). Através da análise de tabletes encontradas num barco greco-romana afundado há mais de dois mil anos ao largo da costa da Toscânia (Itália), os investigadores identificaram diversos ingredientes utilizados medicinalmente.
Aipo, cenoura, repolho, casca de carvalho, milefólio e até hibisco, originário da Ásia Oriental, foram alguns dos componentes descobertos, que datam do século II a.C.
Dois arqueobotânicos do Museu de História Natural do Instituto Smithsonian, Alain Touwaide e Robert Fleischer, recolheram amostras de ADN dos cloroplastos, organelas presente nas células das plantas.
Depois de os compararem com bases de dados genéticas, chegaram à conclusão que a medicina da Antiguidade Clássica utilizava uma grande diversidade de plantas mediterrânicas. Além dos já mencionados, encontraram rabanete, cebola, espinheiro, salsa e nozes.
O greco-romano Pedáneo Dioscórides descreveu várias espécies na sua obra «De Materia Medica»
Os investigadores ficaram surpreendidos por encontrarem hibisco, mas mais ainda por terem registado a presença de girassol, uma planta de origem americana que os romanos não conheciam. Esta presença dever-se-á a uma contaminação, acreditam os cientistas.
As plantas encontradas têm propriedades anti-inflamatórias. Eram utilizadas para tratar feridas ou mesmo disenteria.
O entusiasmo de Alain Touwaide por estas descobertas está bem patente nas suas declarações, citadas pelo jornal «Público» espanhol: “É a primeira vez que vemos, na prática, o que os grandes investigadores greco-romanos da medicina clássica, como Cláudio Galeno ou Pedáneo Dioscórides, estudaram”.
fonte Ciência Hoje
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