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segunda-feira, 7 de setembro de 2009

ruínas


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Andávamos nós a passear e a fotografar, como é nosso hábito, numa fresca tarde de inverno do dia 17 de Janeiro de 2007, em que havia um pouco de Sol numa tarde que fenecia, quando nos deparámos com umas ruínas constituída por muros e uma parede duma antiga construção de aspecto modesto, que nos detivemos a registar em imagens para memória futura, pois como sabemos estes vestígios do passado recente tendem a desaparecer rapidamente na voragem do betão. Além que a memória fraqueja e com o passar do tempo enfraquece, tornando-se imprecisa e pouco fiável.

Chegados a casa, passámos as fotografias obtidas para o arquivo fotográfico que temos no computador e, com o passar do tempo, esquecemos o episódio.


Mas ele não queria que o esquecessemos...

Quase um ano passado, na sequência de uma conversa com a nossa mãe, Elvira Baptista, utente do Centro Social e Paroquial de São Julião da Barra/Centro de Dia na Medrosa, a propósito do aniversário centenário duma senhora também utente e amiga dela, Luzia da Conceição Baptista (a), a quem carinhosamente familiares e amigos tratavam por tia Luzia, ele episódio fotográfico/ruínas voltou-nos de novo à memória.


A tia Luzia


Sobre o referido aniversário em que esta senhora assinalou uns notáveis 100 anos, infelizmente interrompidos menos de um ano depois, incluindo na peça um pouco da sua biografia, escrevemos em 14 de Janeiro de 2008 uma prosa sob o título "Parabéns tia Luzia !" que está publicada no blogue Oeiras Local. Para a consultar clique aqui.


Quanto à relação que possa existir entre aquelas ruínas que fotografámos e a tia Luzia, ideia que nos surgiu de imediato na sequência da conversa então tida para escrever a mencionada peça sobre o aniversário, conversámos de novo com Elvira Baptista em 01 de Setembro de 2009 no sentido de apurar mais elementos que pudessem corroborar a nossa ideia. Ideia esta que passamos a expor.


A tia Luzia, como dissemos, entretanto falecida em 2008, morava aquando do seu falecimento num andar localizado, estamos em crer, na Rua D. António Luís de Menezes, ou na Rua Francisco Roque de Aguiar, ambas contíguas à Rua Ernesto Veiga de Oliveira.

Este andar foi-lhe entregue pelo construtor daqueles prédios por troca com terrenos que a ela lhe pertenciam. Talvez ela se tivesse recusado a sair por não ter uma casa para onde ir e o construtor, para lhe vencer a teimosia, tenha prometido dar-lhe um andar num dos edifícios, coisa aliás muito comum para contornar problemas desta natureza.

Os terrenos seriam uma pequena quinta ou quintal ali localizados nos quais existia uma casa que ela habitava com os seus muitos filhos. Filhos estes que na propriedade cresceram, tendo muitos partido para longe, emigrados.

Apenas uma filha, Maria, ficou com ela e a acompanhou para a nova habitação, onde continua hoje a viver após a morte da mãe.


Dada a proximidade daquelas ruínas com o quarteirão de prédios nos quais se encontra o andar da tia Luzia, o mesmo que ela recebera do construtor, a nossa suposição é que aquelas ruínas, nomeadamente os restos duma parede ali visível, sejam as da casa e da quintinha que a tia Luzia habitou e da qual era proprietária.

Se não isso, então serem restos duma construção contígua à casa dela. a qual pode ter sido completamente demolida e não ter deixado vestígios.

Neste último caso, isto significaria que além da casa da tia Luzia ali existiriam outras habitações, quiçá uma correnteza delas ao longo dum presumível caminho, formando um sítio, lugar ou pequeno aldeamento, certamente com quintais, do qual não conhecemos memória ou registo.


Para ver as fotografias referentes a estas ruínas aceda ao álbum que construímos no flickr®. Para tal clique aqui


Fica também aqui um imagem aérea, em que assinalámos o local exacto das ruínas que reportámos:


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uma nota final: Continuamos à procura de mais elementos sobre este tema, pelo que esperamos poder voltar a ele dentro de algum tempo, assim que tivermos informações pertinentes.


(a) Apesar do apelido comum não se conhece qualquer relação de parentesco familiar entre as duas.


imagem à cabeça © josé antónio • comunicação visual

imagem da tia Luzia cedida por Elvira Baptista, a quem agradecemos a gentileza.

imagem aérea Google Earth.


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