Colecção rara de peixes do século XVIII
descoberta na UC
[ biologia ]
Coimbra
Colecção rara de peixes do século XVIII descoberta na UC
Naturalista Alexandre Rodrigues Ferreira poderá ter recolhido os elementos
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Colecção conta com 68 peixes (Foto: Museu da Ciência da UC)
Uma “coleção raríssima” do século XVIII com 68 exemplares de peixes do Brasil foi descoberta na Universidade de Coimbra (UC) e é considerada um importante contributo para o conhecimento da biodiversidade. Trata-se de “um achado absolutamente extraordinário”, segundo o museólogo e autor da descoberta, Pedro Casaleiro.
Os peixes, de diferentes espécies, conservados em seco e montados sobre cartão, com a designação científica no sistema de Lineu, encontravam-se numa caixa e pensa-se que são oriundos das colecções do Real Museu da Ajuda. A importância desta descoberta deve-se ao facto de haver “poucos exemplares do século XVIII de peixes do Brasil, montados deste modo, em todo o mundo”,acrescentou o museólogo, que a descobriu no âmbito do levantamento em curso das colecções da UC.
O Museu da Ciência da UC acredita que esses elementos façam parte das recolhas efectuadas pelo naturalista Alexandre Rodrigues Ferreira para a coroa portuguesa, na bacia do Amazonas entre 1783 e 1792. De acordo com o autor da descoberta, no arquivo do Museu Bocage existe o registo de uma importante remessa de espécimes do Real Museu da Ajuda para a UC datada de 1806, grande parte deles com origem na Viagem Filosófica de Alexandre Rodrigues Ferreira.
“Além de abrir uma nova perspectiva quanto ao estudo e conhecimento das recolhas deste naturalista, é uma importante descoberta para a história natural em Portugal, para a história da ciência e para o estudo da biodiversidade", realçou Paulo Gama Mota, director do Museu da Ciência da UC.
Uma parte do espólio agora encontrado será apresentado publicamente no auditório do Laboratório Chimico amanhã.
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'Viagem Filosófica' de Alexandre Rodrigues Ferreira
Expedições de Alexandre Rodrigues Ferreira
Alexandre Rodrigues Ferreira protagonizou uma das mais notáveis e prolongadas expedições de naturalistas realizadas durante o século XVIII, procurando o conhecimento científico e sistemático da natureza exótica que então se descobria.
As colecções enviadas para Portugal foram alvo de muitas vicissitudes. Encontram-se dispersas por várias instituições, incluindo uma parte levada para Paris durante as invasões francesas. Das colecções do naturalista enviadas para Coimbra apenas está bem estudada a “excelente colecção etnográfica dos índios da Amazónia”, refere o Museu da Ciência da UC.
fonte Ciência Hoje
2 comentários:
O resto da colecção está fechada a sete chaves no museu dos Inválidos, em Paris.... os soldados do Napoleão fizeram o favor de os levar e desde então nunca mais conseguimos reave-los...
Felizmente sobraram estes...
Caro Gastão de Brito e Silva,
Grato pela visita e comentário.
Desconhecia essa informação que nos traz.
Infelizmente esse é um drama que vivemos e não só com os franceses. Também os soldados de Sua Majestade britânica daqui levaram muito património artístico.
São muitas as obras de arte escondidas nas catacumbas de museus estrangeiros, e que temos que pedir emprestadas por especial favor para expormos ante os olhos dos nossos compatriotas, legítimos donos delas.
Abraço
José António Baptista
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