domingo, 31 de janeiro de 2010

do baú... 001


do baú...

Andar a vasculhar no fundo do baú, sim esse, esse que nos acompanha para todo o lado, mesmo quando mudamos trinta vezes de casa, e do qual dizemos "um destes dias tenho que dar uma limpeza a esta tralha...", coisa que nunca fazemos, andar a vasculhar no fundo do baú dizia, tem destas coisas.


Nunca encontramos o que procuramos e nos levou a abrir-lhe a tampa. Um qualquer mistério insondável quiçá metafísico faz com que o que procuramos e éramos capazes de jurar a pés juntos estar guardado no fundinho daquele baú, se tenha evaporado no terrífico vácuo eterno e infinito que só os físicos quânticos e outros seres estranhos e inefáveis são capazes de explicar porque carga de água há-de existir. Só para nos contrariar está bom de ver.


Seja como for, lá vasculhamos como doidos, apenas para chegar à conclusão que perdemos umas horas preciosas para outras coisas importantes e úteis como comer e beber e não encontrámos o pretendido.


O engraçado é que se estivermos atentos e olharmos com olhos de ver a tralhada que acumulámos ao longo de anos, descobrimos que felizmente não nos demos ao trabalho de pôr no saco do lixo certas coisas que hoje nos aparecem como verdadeiras preciosidades.

Não que tenham algum valor económico. Se o tivessem, tê-las-iamos vendido ou posto no prego...

O valor delas é outro. Pode ser sentimental, pode ser documental, pode ser histórico, pode valer por uma certa raridade, pode ter valor de colecção, pode ser tanta coisa.


Foi o que se passou comigo que claro não consegui encontrar o que procurava, mas encontrei outras coisas, algumas nem me lembrava que as tinha, claro, e que por motivos diferentes, têm para mim algum valor e quero aqui partilhar, pois são memórias de outros tempos que com elas vamos recordar.


Comecemos então. E para inaugurar esta nóvel secção «do baú...» temos:



propaganda política anti-fascista em 1973


Encontrei este pedaço de fita autocolante na estação CP da Parede, colado num poste do telheiro do lado mar. Na época eu estudava no Colégio Portugal ali mesmo ao lado.

Li os dizeres, olhei em redor e não vi ninguém por perto e, apesar de saber que ia fazer uma coisa perigosa, cuidadosamente descolei o autocolante e coloquei-o dentro da minha pasta. Mais tarde fiz no verso a anotação que lá está.


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